terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Deadline

Queria não usar a intolerância-ignorante, mas isso às vezes me parece um escudo contra o externo de tudo.
Existem corpos despidos, sexo sem pudor e para completar esse trio, nenhum pingo de Amor. Apenas o prazer da carne com a ausência de sentimentos.
Interessante seria ver o Amor como um organismo-pulsante-de-vida-própria, dentro de nós, sem nenhum comando. Pelo contrário, nos comandando como um rebanho sem saber qual será o próximo passo.
Eu, numa ação fálica deixei esse “ser” comandar muitas coisas em minha vida.
Sinto frio. O Sol não me aquece. Tenho certeza de que você iria fazer isso muito bem e ponto.
Repudio-me por não me controlar, por não te controlar. Comprarei algemas para te prender em mim.
Quero largar a minha platonice barata misturada com falta de coragem em cima da mesa, junto com seu copo de café frio. Por favor, jogue tudo na pia e abra a torneira. Lave tudo. Deixe tudo limpo. Me dê um banho quente como naquele dia. Conte os dias da semana e esqueça o Domingo. Deite num sofá velho e se afunde. Ligue sua televisão e assista algo que te leve ao tédio. Jamais pense em mim neste momento. Apenas saiba que neste mesmo momento, estarei naquele Domingo por você esquecido.
Andarei na multidão olhando todos os rostos procurando você. Preciso de quase 700 horas para que meu Dezembro de cor vermelho-natalino termine. Não corte meu raciocínio ilusório de ano-novo-vida-nova. Anseio pelo Fim, com todas as letras, surgindo um branco-ano-novo após uma espumante taça de champagne. Fogos de artifício. Banquete à mesa. Belo final sem interrupções.