quinta-feira, 28 de junho de 2007

365 X 20 = 7300

Hoje a raiva exala por meus poros. Contradição. Estou calma e penso de uma forma otimista.
Dias que antecedem ao meu aniversário. Fazem-me pensar em muitas coisas. Apagar velinhas em um bolo. Por favor, ao invés de um chapeuzinho colorido, tragam-me um nariz de palhaço.
Gesticulo seus gestos. Escrevo suas palavras. Imito sua voz. Numa doce sensação de copie e cole.
Merda.
Será que até as minhas palavras não me pertencem?!
Um sorriso irônico e desconfiado. Como se tivesse uma alface grudada entre meus dentes. Ando impregnada de egocentrismo.
Vinte anos. Será que meus erros um dia serão julgados? E os meus acertos serão reconhecidos?
Ando em círculos. Tropeço e levanto. Mas não derrubo uma gota do meu copo.
Houve dias que eu não queria mais acordar. E outros que eu não queria dormir.
Quero uma casa. Com meu cobertor. Com minha musica predileta tocando sem parar.
Uma sensação de “don´t forget me please!” me assusta.
Procuro rimas singelas. Está difícil meus dedos acompanharem minha linha de pensamento.
Volto a ter sete anos. Correndo saltitante pela rua com um algodão-doce nas mãos. Livre. Alegre inocência que os anos me tomaram.
Ultrapasso minha idade. Penso em ter setenta anos. Jogo dama numa praça e penso como minha vida seria tranqüila.
Agora vinte anos. Me desprendo do meu amor despedaçado. Minha vida bagunçada. Quero andar sozinha numa ausência de sentimentos.
Horas. Dias. Meses. Anos.
Horas desperdiçadas ou decisivas. Dias esquecidos ou memoráveis. Meses de retrocesso ou progresso. Anos pálidos ou cor de rosa.
Pinto minhas unhas. Tinjo o meu cabelo. Me transformo de fora para dentro. Subo e desço os meus degraus.
Livro-me da minha velha carapaça. Surgem asas belas e brilhantes.
Insisto em voar guiada por este vento de inverno. E o vento de todas as outras estações. Até o próximo inverno. Próximo aniversário... Minha metamorfose. Meu renascimento.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Personagens

“Para todos os animais que continuam tomando o líquido doce de minhas costas.” Todos os ratos e insetos nos esgotos de suas vidas. Não se percam ao ver a luz do sol entrado para iluminar o esgoto. Meu dicionário de vocábulos internos estão por aqui escritos. Como uma novela dramática que aliena seus espectadores, vejo a minha vida pela TV de minha sala. Isto não é um drama. É a vida real. Drama ou vida real. Pouco me importa. O fato é que intrigas, pessoas falsas e corrosivas, mostradas de uma forma pitoresca na minha TV, existem um pouco piores na vida real. Conseguem ser mais ridículas e covardes. Mas minha inteligência emocional desacreditava na existência desse “tipo” de personagem. Fico triste por uma cena assim ter passado em minha vida. Debaixo do chuveiro quente, com a minha pele empolada, tento arrancar minhas digitais e criar uma nova-velha identidade. Queria escorregar no tapete da minha cozinha e bater a cabeça no chão. E voluntariamente perder a memória por mim criada nos últimos meses. Não esquecendo dos créditos positivos aos meus amigos, que me tiraram do meio dos ratos e insetos e me fizeram enxergar a luz no fim do túnel. “Não faz disso esse drama, essa dor, é que a sorte é preciso tirar pra ter...” E eu ainda escorrego naquele tapete.
...
Listen: Tuna in the Brine - Silverchair
Primeiro Andar - Los Hermanos

quinta-feira, 21 de junho de 2007

SABOTAGEM

Confiar nas pessoas é um defeito.
Ter dignidade e honestidade não causa efeito.
A felicidade é sempre invejada.
A privacidade é sempre quebrada.
A justiça é cega.
O julgamento é mordaz.
A amizade é retirada.
A sabotagem é feita.
As conseqüências são instantâneas.
A causa gera um efeito.
Mas a dúvida existe e persiste.
A inocência é posta em dúvida.
Quanto mais acreditamos.
Mais temos provas para não acreditar.
A platéia assiste.
O gozo em seus olhares me entristece.
Não te desejo mal.
Mas sei que você me odeia.
A traição é válida.
O amor se esvai por entre meus dedos.
...
...
...
É inconcebível para algumas pessoas o fator da Felicidade.
A Inveja existe. Mas pensei por muito tempo que ela não me alcançava.
Quando um inocente é julgado e punido, não há justiça.
A Privacidade é exterminada por pessoas pequenas que não suportam as conseqüências que a Felicidade nos porporciona.
Contudo esse é o mundo em que vivemos, pensei até certo ponto que não viveria essa situação.
A Sabotagem faz parte da vida. Assim como eu não escapei, você também poderá não escapar.
Parabéns para vocês! Tiveram êxito em sua sabotagem!
Mas ainda acredito que a verdade sempre aparece. E neste caso também não será excessão.
Me chupem malditos!

domingo, 17 de junho de 2007

Lado

“Metade de mim agora é assim, de um lado a poesia, o verbo, a saudade, do outro a luta, força e coragem pra chegar no fim... E o fim é belo e certo, depende de como você vê...”

- Oi.
- Oi.
- Tudo bem?
- Ainda não sei. E você aí do outro lado?
- Estou tão do outro lado que já não sei de que lado eu estou.
- Sei bem como é isso. Aqui do meu lado também não sei. Estou em estado de embriaguez mental.
- Pois é, aqui do meu lado estou sóbrio. Prevejo uma crise existencial daqui alguns minutos.
- O meu lado existencialista se tornou irônico.
- Irônico?! O meu continua depressivo como sempre.
- Me sinto pela metade. Dois lados. Três lados.
- Não tenho mais uma metade. Tenho apenas lados.
- Lados?
- Sim. Às vezes estou do meu lado. Outrora vejo tudo do lado de dentro. E quando posso vejo tudo do lado de fora.
- Bom, chega dessa conversa de lados. Quero te dizer uma coisa.
- Verdade, chega disso. Pois fale!
- Falamos tanto de lados... Hoje eu quero estar do seu lado.
- Eu também quero ficar do seu lado. Preciso disso.
- Então te espero aqui.
- Tudo bem, daqui a pouco estarei do seu lado.
- OK. Beijo.Te amo.
- Beijo. Também te amo.

Estou do seu lado mais do que você mesmo. Vou sempre ser a sua “pequena”. Porque um dos meus lados é você. E um dos seus ainda sou eu. Apesar de estarmos em lados opostos...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Princípio e Fim

“A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”
Enjoei. Você me enjoou. Mais uma vez.
Cansei de acreditar em palavras suaves e doces.
Não entendo toda essa incoerência irrisória.
Palavras fúteis para sentimentos complexos.
A mediocridade dos seus sentimentos não me surpreendem mais.
O fim é o princípio. O princípio é o fim.
Sabemos que o fim já aconteceu há muito tempo.
Ainda te amo. Mas o seu descaso trouxe o meu pesar.
A nitidez dos meus sentimentos te cegou.
Agora não me procure mais.
Consuma sua liberdade ao extremo.
Divida-se entre seus amores insignificantes.
Ainda me pergunto como cheguei a este estado antagônico.
Entretanto consigo sorrir ao ver que quem perdeu foi você.
Ter a certeza que você se sente ridículo de alguma forma.
Peço para que não me chame nos seus momentos solitários.
Pois sei que você sentirá minha falta.
Assim como eu sentirei a sua.
Minha embriaguez incessante é o meu remédio.
Por favor traga-me mais uma dose sua.
Juntamente com um copo de whisky.


"Somethig takes a part of me, you and I were meant to be, a cheap fuck for me to lay..."