Então termino com esse peso enorme de culpa nas minhas costas, sabendo que seu amor ainda me fará chorar por muitas noites inquietas. Por enquanto mantenho meu orgulho de pé, mas desmorono só de pensar que você não estará aqui quando eu acordar de um sonho ruim. Não terei mais a sua voz ao celular nas minhas madrugadas cheias de monstros invisíveis. Não lhe culpo pela falta de bom senso e sempre me achar egoísta, materialista e fútil. Assumo meus defeitos e assumo que te odeio por me julgar e me fazer lembrar de cada detalhe deles a todo momento. Queria poder jogar na sua cara todos os erros cometidos, todas as traições e imperfeições de nossa vida. Parei de respirar por nove meses e agora vejo o quanto ainda me falta o ar. Não saberia te explicar se agora ainda te amo, ou se apenas sinto falta da sua presença. Ausência. Efeito colateral que me causa angústia e meu peito fica vazio e gelado. Me desculpa por não ter a paciência necessária para entender os seus erros, mas admito que eu tentei, ah e como eu tentei. Pensar em transformar sua vida no que eu idealizava para nós dois foi um grande erro, pois você sempre me fazia sentir culpada pelas suas ações e eu reagia institivamente como um animal protegendo sua cria, e avançava sobre o que poderia lhe fazer mal. Tentei te proteger de você mesmo. Por isso me agradeça até o fim. Não sei até quando irá lembrar do que existiu entre nós e quem sabe um dia você sequer se lembre do meu nome. Ou talvez se lembre de cada detalhe e nunca mais ame alguém como você me amou. Eu te acolhia em meu peito ofegante e ouvir você me dizer "eu te amo", com aquela voz rouca, me deixava calma e me fazia pensar que não existia nada além de nós dois. Eu sei, e também temo pelo fato de talvez EU nunca mais ser amada com tanta verdade e pureza, me causa um espanto e um medo terrível de ser incapaz de ter tudo isso novamente.
Podemos nunca saber o que aconteceu...
Podemos nunca saber o por que do fim...
Mas amei você, pode agradecer.