quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Nem sempre há fuga.

Hoje o céu não estava tão bonito como deveria estar, céu nublado e úmido, nem parece que estamos no verão. Até tomaria um chá bem quente, de qualquer erva, afinal isso é o menos importante. Espero por acontecimentos que irão promover grandes mudanças, não para mim, mas para você, pois pra mim isso já é aguardado há muito tempo. Queria lhe segurar pela mão e dizer todas as verdades-mentiras-culpas que até hoje não consegui lhe dizer. Talvez se eu pensasse no inverso, e esperasse por ouvir as suas, tenho certeza de que eu lhe odiaria. Te invejo pela falta de “tato” com os sentimentos alheios, porque se eu me preocupasse menos com você, talvez te amasse menos.
Sei que minha sinceridade muitas vezes o faz pensar que eu ajo por impulso, mas é completamente o contrário, eu pensei muitas vezes antes de te dizer eu te amo.
Rodamos tanto nesses últimos meses e nos perdemos diversas vezes.
Tentei lhe achar muitas vezes e sei que você também fez o mesmo. O que me incomoda profundamente é a sua garantia de que pode contar sempre comigo e que eu sempre vou estar ao seu lado, aconteça o que aconteça. E eu, pelo meu lado, sei que também não consigo deixar de estar ao seu lado. Nem sempre há resposta.
Preciso respirar você, mesmo sabendo de todos os seus defeitos, não ligo, eu aceito, me acerto com os seus e você com os meus.
Estamos aqui novamente, eu e você, perante às nossas indecisões. Você termina e eu começo. Ou talvez seja um recomeço ainda não sei.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Condição

E todos os dias a consciência de te ter pela metade me deixa de frente ao abismo que criamos. Rezo a todos os meus santos e faço minhas preces estranhas para que você volte de uma vez. Por que você não fica aqui comigo que eu ainda te amo tanto?
Por que você não desisti de ficar longe de mim, agora que percebemos que isso não vale a pena? Eu sei que não é assim tão fácil.
Fica aqui e segura a minha mão.
Eu estou bem louca e não consigo pensar em nada além de imaginar o que você faz quando está longe de mim. Vamos recomeçar uma nova história.
Eu sei que não é assim tão difícil.

“Eu só aceito a condição de ter você só pra mim, eu sei não é assim, mas deixa eu fingir.”

Eu te espero entre todas as coisas que existem entre nós.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Espelho

Já não sei quantas horas e dias se passaram ou apenas ficaram entre nós. Agora só me resta aquele espelho em meu quarto, no qual já não mais vejo sua face junto à minha.

Será que me reencontrei ou te perdi?

Ontem à noite tomei um banho e resolvi usar aquela sua velha toalha. Por um segundo senti seu cheiro e me lembrei de tudo naquele momento. Por um segundo lembrei que você foi meu. Que você foi uma parte de mim que ficou perdida entre nossas fraquezas. Eu te diria tantas palavras sem fundamento, inventaria mil desculpas sem nenhum erro cometido. Errei sim, errei quando tentei montar um castelo de areia em que nós dois estaríamos juntos.
É fato dizer que você será melhor sem a minha presença e conseqüentemente eu serei bem pior sem a sua, mas diante da sua presença eu nego isso sem deixar de te olhar nos olhos.
Em um único segundo me vi diante do espelho com sua imagem refletindo junto a minha. Hoje isso é apenas um delírio da minha mente que está em estado de abstinência-do-costume-cotidiano-que-você-criou.

Exigi demais.

Te odeio por um segundo.

sábado, 5 de abril de 2008

de você quase nada

e eu que hoje acordei ao avesso
não sabia o que fazer com os meus pés gelados
chove e está cinza em todos os lugares
pinte de qualquer cor essa parede que nos divide

eu queria ser mais
eu queria ter mais
de você

mas de você, apenas o pensamento me restou
e quase nada ficou

e eu sempre quis mais
de nós

segunda-feira, 3 de março de 2008

Rasgue-me

Mãos trêmulas e suando frio. Pernas se movimentam sem parar. Olhos observam tudo à sua volta. Procurando algo sem saber o quê. Um bar num beco escuro ou um lugar iluminado e cheio de gente, se tornam iguais e vazios quando se está só. Eu sei e você sabe o que é isso.
Saudade é uma coisa tão comum, que muitas vezes eu finjo não sentir para me destacar dessa normalidade.
Cansei de andar descalça por lugares desconhecidos, pois um caco de vidro pode me ferir à qualquer momento. Prefiro não correr o risco. Fixar uma idéia e tentar segui-la é um grande ponto de partida para mudanças.
Sei que sou intolerante na maioria das vezes e um tanto quanto impaciente, admito minha falha de caráter e logo alivio-me por notar que isso não interfere ninguém.
Quero um copo d’água para tentar engolir essas frases que não consigo dizer. Não critique a minha falta de coragem é a única coisa que eu lhe peço.
Penso muitas vezes na mesma história. Crio uma cena detalhada, onde existe a ação e a reação. Me vejo naqueles espelhos de parque de diversão, onde a cada passo a minha imagem muda. Não sei qual será a minha próxima forma.
Existe um oceano que separa o amor almejado e o seu provável acontecimento. Tento rir até perder o fôlego, para tentar omitir a minha perda. Já que desisti antes de tentar.
Ajo por instinto diversas vezes, o que me incomoda quando volto a minha semi-racionalidade. Ando menos existencial e egoísta, mas ainda afogo-me em meu travesseiro antes de dormir.
Quero esculpir sua imagem, nua e crua, em barro ou coisa parecida, e te jogar pela janela sem o mínimo remorso. Articulo palavras sem sentido quando lhe vejo, o que me faz parecer incoerente e fútil. Não me queixo dessa imagem dantesca, e te confesso, cansei de trocadilhos e frases sublineares.
Caio de joelhos por você e amorteço a minha própria queda. O chão é minha última escala. Obsessão que me corta como o fio de uma navalha cega. A falta de inspiração me rodeia, me persegue como um cão sem dono. Queria achar uma definição de pelo menos metade do que penso e sinto.
Eu poderia me descrever num papel e te mandar. Um papel de pão ou um papel de seda, se tornam iguais e patéticos quando o que está escrito vai além do que se lê. Eu sei e você sabe disso.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

"The best you ever had"

Amarre os sapatos e não tropece mais.

Ver o brilho das estrelas, fica difícil com tanta poluição visual.

As luzes da cidade nos impedem de enxergar o céu.

Eu sempre durmo tarde. Ou pelo menos no horário em que a maioria já está dormindo.

Olho pela janela e a rua está silenciosa.

Enquanto aqui, persiste, insiste e existe um engarrafamento de idéias e desejos. Um semáforo na cor vermelha, e eu olho para ele anciosamente, eu quero e preciso dele na cor verde.

Sinto um enjoô permanente de tudo à minha volta. É difícil de respirar.

Eu descrevo detalhes e visualizo aquilo que se passa despercebido.

Tenho saudades do abraço.

Meus verbos ainda são conjugados no Passado. Não me liberto. Não há amor que se julgue no Presente-Futuro.

Desisto de tentar achar algo que me surpreenda nos dias de hoje, aliás, a rotina sempre prevalece e eu ando cansada.

Junto metades de uma forma compulsiva, gosto do resultado e não quero nada que atrapalhe essa junção de idéias e personalidades.

Quando estou só, minha voz ecoa pelos cantos que insistem em me julgar. Eu falhei e assumo a culpa.

Procuro no dicionário e não acho substantivo, verbo ou qualquer coisa capaz de explicar tudo isso.

E hoje você percebe que aquele garoto idiota foi o melhor que você já teve.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

E eu não sabia

Ela tinha cabelos loiros e lisos. Olhos claros cor de mel. Uma boca fina rosada. Pele clara e macia. Ela tinha 15 anos quando tudo começou.
Aos 15 já perdera sua inocência. Se escondia atrás de base, rímel e um gloss vermelho intenso. Seu salto alto e sua saia curta, desfilavam pela noite incandescente. Seu corpo de menina-mulher, era desejado e usado por muitos.
Com sua identidade falsificada, frequentava bares e casas noturnas, onde sua vida a transformava em uma nova mulher à cada noite.
Se apaixonava loucamente e facilmente. A sensação tão intensa desse sentimento, evaporava-se na semana seguinte quando arrumava um novo amor.
Ela era tão bela que me deixava angústiado. Sentia ciúmes dela. Mas eu não tinha ela para mim.
Depois de 2 ou 3 copos de vodka, ela se humilhou por um pingo de Amor. Lamentou diversas vezes pela vida que fingia viver.
Era um conto-de-fadas, mas no dia seguinte ela acordava com a maquiagem borrada e uma ressaca abominável.
Uma farsa leva à outra farsa. É um ciclo vicioso. Então, "lie to me" ela sempre me dizia.
Ela se afogou numa água tão rasa, que foi demais para mim. Ela me abandonou.
Eu a amava. E isso, nem eu sabia. Ela me sorria com a boca e o coração.
Essas palavras fáceis e previsíveis, são incapazes de descrevê-la.
Manter-se viva, andar por ruas desertas trocando passos era o que ela queria. E isso, nem ela sabia.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"Deixa o verão pra mais tarde"

O Sol nasce. O dia começa. O ano recomeça. Eu recomeço.
Pegadas na areia sempre são levadas pelo mar.
Quem me diz que o mar não pode levar tudo isso aqui?
Certa vez ouvi dizer que o mar leva o que quer e devolve à beira o que não lhe serve.
Se eu lhe jogasse ao mar, será que ele te devolveria?
No verão tudo é mais iluminado, mas lhe confesso que prefiro o inverno.
Eu esperei você na estação errada. No momento errado.
Tenho certeza de que a angústia dessa espera, o mar não irá levar. E nem toda areia dessa praia irá soterrar o que eu sempre deixei exposto.
Eu não estava na posição correta. Eu estive na contra-mão atrapalhando o trânsito.
Agora, transito entre ruas e avenidas, e sei aonde eu quero chegar.
Às vezes eu não sei o que eu quero, mas sempre sei o que não quero.
Pense positivo ou apenas continue este raciocínio.
Me empreste seu protetor solar, porque eu esqueci o meu.
Prometo que irei melhorar este ano. Todas as minhas manias e crenças.
Para quem me odeia, diga que eu não presto. Para quem me ama, diga que eu sou feliz.