terça-feira, 7 de abril de 2009

Sem título pra uma saudade.

[...]
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
[...]

Meus oito anos - Casimiro de Abreu

Hoje estou com 22 anos e ao ler essa poesia, pela enésima vez, me perguntei sobre o porquê de tanta saudade e nostalgia que paira sobre a infancia ou de como as mudanças fazem com que o tempo se torne mais valoroso do que o tempo que passamos na rotina do day-by-day.

Do começo mais primórdio:
- Minha lembrança mais antiga, data de quando tinhha uns 2 anos, de estar no berço, brincando com alguns bonequinhos que provavelmente ganhei de presente pra me deixar fora do colo das pessoas ou bagunçando pela casa.

Se for colocar em um papel todas as lembranças marcantes que tenho cravadas em mim nesses úlimos anos, talvez fosse mais fácil re-escrever os 66 livros da Bíblia, pois sinceramente, é "pano pra manga" e iria me dar muito trabalho.

Engraçado que desde a pré-escola, cada ano era uma paixão, uma menina pra admirar pela beleza e simpatia, cada ano eram materias novas, novas brincadeiras e desafios, mudanças no corpo, altura, dente que cai, dente que cresce, pelos que nascem, e voz que sobe e desce(o tom).
- Wow.. enquanto escrevo isso começo a lembrar o nome das meninas e tentar lembrar o nome de algumas professoras e amigos.

Mas, pra quê tudo isso?!

Voltando ao começo do do texto, sobre meus questionamentos naturais, um fato me deixou meio encafifado. Na madrugada de ontem, conversando com uma amiga, mais velha que eu, que deve ter por volta dos seus 35 anos, me contava sobre suas novidades, coisas que conquistará nos últimos anos.

- [...] é Caio, consegui terminar minhas Pós, troquei de carro, viajei pouco, um ou outro namorado, mas nenhum ainda que me faça querer casar e viver feliz pra sempre, continuo no mesmo trabalho faz uns 5 anos, e por aí vai, a rotina me pegando eu engordando e por ai vai.

-E eu as 10:00 da manhã, sem vontade de trabalhar, me dá uma vontade horrível de sair escrevendo(não tenho esse costume), pois senão isso não vai sair da minha mente.

Lembrei da minha namorada, quando eu tinha 8 anos, e ela terminou comigo por quê eu comecei a usar óculos(mulheres não gostam de NERDs?), meu primeiro beijo, encostado em uma árvore, com uma ruivinha linda, primeira transa, primeiros campeonatos de futebol, amigos, conquistas, primeiro emprego, primeira vez que viajei sozinho, que chorei por odiar minha familia e por chorar por amar demais essaa minha família.

Agora não consigo entender, o tal da nossa vida se tornar chata e tediosa, de engordarmos por causa do ócio e nossos cabelos grisalhos começarem a aparecer antes do tempo, ou daquela vontade horrorosa de ficar na cama o dia inteiro, pois no trabalho hoje vão ter as mesmas coisas pra fazer, mesmas pessoas pra conversar, e aquela comida do restaurante ao lado que você(EUU) não aguenta mais.

-HUnf. Estou ouvindo neste momento Adam's Song do Blink-182 e lembrei de como adorava Blink quando eu tinha 14 anos. E lembrei que no 3º do ensino médio eu ia de samba-canção pra escola.. de allstar sem meia e camisa toda rabiscada. nas costas com nome da namorada e algumas bandas que eu curtia.

Hoje sou Designer, trabalho com imagens, fazendo com que elas tragam algum tipo de sentimento: confiança, alegria, responsabilidade, equilibrio, etc. (Hoje sou designer do mundo das finanças.. então não fujo muito disso)
Mas quando era pequeno, queria avós ser médico e cuidar dos meus , com 13 queria ser político, pois queria acabar com a desigualdade no mundo, com 14 sofri com depressão por causa disso, mas acabei entendendo que era a culpa do todo, e não de um só(culpava DEUS na época, pois é muito mais fácil atribuir a culpa do que admiti-la), e comecei a estudar tecnologia, gostei e amo isso tudo.

-Nossa.. já estou começando a viajar na maionese.. vou voltar ao foco!

Ainda sou novo, muita coisa tem sido novidade pra mim, odeio a rotina e o ócio.
Mas me pergunto o que eu preciso fazer pra que não seja EU a rotina do dia-a-dia.
Lembrar dos meus amigos interessantes, aqueles que me fazem re-pensar meus conceitos, e muitas vezes fortalecê-los por causa de tanta besteira que eu ouço.
Quais novas bandas de músicas ouvir, quais paises querer visitar, qual pessoa preciso visitar, presentear, abraçar, mandar um sms(modern.)

- Não me interessa se escrevi fora de ordem, se está fora da nova classe gramatical, ou se o que eu penso ou faço agrada ou desagrada. Eu simplesmente PENSO! e melhor eu FAÇO.

Engraçado como o tempo transforma nossa vida e forma de viver.
Se ele não existisse, esse texto não seria escrito, e eu não estaria ansioso por comprar minha TV de 50" ou pensando se julho chega logo para eu ir pra Argentina.

:) by Caio Salim

Um comentário:

Fênix disse...

Quem diria que um dia vc escreveria algo por aqui... logo você...

Gostei do título, gostei das lembranças e questionamentos.

Você deveria escrever mais vezes por aqui :)

tila