Limpei meus armários. Mas acho que isso foi só o principio. Joguei fora tudo que estava ali e não me servia mais. Papéis, sacolas, páginas esquecidas e amassadas da minha vida. Purificação da mente. Amassei junto com esses pápeis alguns sentimentos que não me serviam. Malditos inúteis que perambulavam pelo meu quarto e apenas acumulavam pó. Estava me sentido atolada e entupida, como uma privada cheia de detritos, prontos para escorrerem pelo chão sujo de um bar. Esvaziei meus armários. Esvaziei minha mente. Sobraram espaços. Nesse espaço veio o silêncio. Gosto dele, mas até o meu silêncio é cheio de barulhos indecifráveis. Então o ócio me convida para dançar. Danço de rosto colado com a solidão. Uma melodia sem fim. Me enjôo de coisas fúteis e repetitivas. Enjoei da solidão. Enjoei do ócio. Assim como os pontos em meus textos, a solidão e o ócio estão sempre comigo. E não fazem a mínima questão de me deixarem sozinha. A impaciência me corrói. A insensibilidade me destrói aos poucos. Quero estar em estado permanente de ausência. Ausente. Presente. Se sentir minha falta, estarei escondida no meu armário. Naquela única gaveta que não limpei.
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5 comentários:
O desapego...
Um dos ensinamento do Zen budismo... desapegue-se e sobrará espaço para nascer coisas novas...
Cultive seu jardim sempre... pode as flores, arranque as ervas daninhas e regue sempre....
Bjos
Marina
"Às vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia."
Mário Quintana
ÓÓÓÓ PRATICANDO A RECICLAGEM...
ECOLOGICAMENTE CORRETA ;)
Gostei! O nome do Blog já me deixou envolvido. E essa inércia reflexiva, inerente aos que pensam diferente e enxergam fora do foco, transborda coerência no seu texto. Parabéns.
ATUALIZA ATUALIZA
DEPOIS ME FAZ UMA VISITA EEEE
AMO-TE
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